terça-feira, 22 de outubro de 2013

Hoje a Igreja celebra a memória do Beato João Paulo II (22 de outubro).

Aproveitamos a data para trazer à reflexão as palavras do então Papa João Paulo II aos bispos de Washington, Oregon, Idaho, Montana e Alasca (EUA) por ocasião da «Ad Limina Apostolorum» (9 de Outubro de 1998):

“[...] Após a experiência de mais de trinta anos de renovação litúrgica, agora podemos proceder a uma qualificada avaliação tanto das forças como das fragilidades daquilo que se levou a cabo, a fim de delinearmos mais confiadamente o caminho futuro que Deus tem em mente para o seu querido Povo.

2. Agora, o desafio consiste em ir além de todos os mal-entendidos que se verificaram e alcançar o oportuno ponto de equilíbrio, de maneira especial entrando mais profundamente na dimensão contemplativa do culto, que inclui o sentido de respeito, reverência e adoração que são atitudes fundamentais no nosso relacionamento com Deus. Isto só se realizará se reconhecermos que a liturgia possui dimensões tanto locais como universais, temporárias e eternas, horizontais e verticais, subjetivas e objetivas. São precisamente estas tensões que atribuem ao culto católico o seu caráter distintivo. A Igreja universal está unida num único e grandioso ato de louvor; todavia, trata-se sempre do culto de uma determinada comunidade local, no contexto de uma cultura particular. Ele é o eterno culto do Céu, mas está também imerso no tempo. Congrega e edifica a comunidade humana, mas é também o «culto da majestade divina» (Sacrosanctum concilium, 33). É subjetivo naquilo que depende radicalmente da contribuição que os fiéis lhe oferecem; mas é objetivo naquilo que os transcende, como ato sacerdotal de Cristo mesmo, ao qual Ele nos associa mas que em última análise não depende de nós (cf. ibid., 7). Eis o motivo por que é tão importante que o cânone litúrgico seja respeitado. O sacerdote, que é servidor da liturgia e não o seu inventor nem o seu produtor, tem uma responsabilidade particular a este propósito, a fim de não desvirtuar a liturgia do seu verdadeiro significado ou obscurecer o seu caráter sagrado. O âmago do mistério do culto cristão é o sacrifício de Cristo, oferecido ao Pai, e a obra de Cristo ressuscitado que santifica o seu Povo mediante os sinais litúrgicos. Por conseguinte, é essencial que quando se procura penetrar de maneira mais profunda no cerne contemplativo do culto, o mistério inesgotável do sacerdócio de Jesus Cristo seja plenamente reconhecido e venerado. Enquanto todos os batizados participam nesse único sacerdócio de Cristo, nem todos o fazem em igual medida. O sacerdócio ministerial, arraigado na sucessão apostólica, confere ao sacerdote ordenado faculdades e responsabilidades que são diferentes daquelas que se atribuem aos leigos, mas estão ao serviço do comum sacerdócio e são orientadas para a revelação da graça batismal a todos os cristãos (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 1547). Portanto, o sacerdote não é apenas alguém que preside, mas aquele que atua na pessoa de Cristo.”

http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/speeches/1998/october/documents/hf_jp-ii_spe_19981009_ad-limina-usa-2_po.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário