quinta-feira, 8 de março de 2012

A importância do Jejum



A prática do jejum sempre foi uma forte arma de ascese, de penitência e de combate espiritual na história da salvação. O Catecismo da Igreja Católica irá nos dizer que ele contribui para nos fazer adquirir o domínio sobre nossos instintos e a liberdade de coração (como forma de ascese e penitência) (§ 2043). O próprio Senhor Jesus revelou aos seus discípulos que há certos tipos de demônio que só podem ser expulsos mediante o jejum e a oração (Mt 17,20d, como arma no combate espiritual). Vale ressaltar que o jejum não é greve de fome, pois não iremos “comover” o coração de Deus por estarmos nos privando de alguma alimentação, já que tudo que recebemos é por graça, e não por mérito ou sacrifício nosso. O jejum atua como força do nosso espírito sobre a carne, e testemunha que o Espírito Santo está vindo em auxílio as nossas fraquezas e intercedendo por nós e conosco neste período (Rm 8,26).
JEJUM DE DANIEL
“Naqueles dias eu, Daniel, estava pranteando por três semanas inteiras. Nenhuma coisa desejável comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento, até que se cumpriram as três semanas completas.” (Dn 10,2-3)
A passagem acima descrita, tirada do livro de Daniel, é o exemplo clássico de um “jejum parcial” realizado em meio às atividades do dia-a-dia, com o propósito de alcançar de Deus a revelação de sua vontade. Chamamos “jejum parcial” porque consiste na aplicação de uma dieta limitada, ao invés da abstinência absoluta de alimentos. Está claro que existe um valor muito grande neste tipo de jejum. Lendo os versículos seguintes deste capítulo de Daniel, verificamos que o culminar deste jejum foi uma tremenda visitação do anjo do Senhor com uma revelação indispensável a respeito das batalhas que se travam nas regiões celestes (vers.13-22). Além disso, o próprio Senhor, em sua visita a Daniel, assegura com palavras encorajadoras a eficácia de seu jejum e penitência: “Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia em que aplicaste teu espírito a compreender, e em que te humilhaste diante de teu Deus, tua oração foi ouvida, e é por isso que eu vim”. (vers.12)
...Daniel dedicou três semanas (21 dias) ao jejum e à oração. O tempo dedicado ao jejum é reservado para buscar o Senhor, mesmo em meio às atividades cotidianas. Em Mt 6, 1-18 vemos como Jesus indica o jejum, a oração e a esmola como sinais característicos da vida de um cristão fiel. Em alguns momentos de decisão, porém, somos convidados a intensificar nossa comunhão com o Senhor. Segundo o desejo de Jesus, devemos fazer isto sem ostentação, mas com discrição e buscando agradar somente ao Pai...

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