sexta-feira, 22 de julho de 2011

Religiosas do Mosteiro da Luz não querem exposição de múmias


Segundo capelão, vontade de freiras é que túmulo volte a ser fechado. Diretora do museu diz que decisão será tomada em conjunto com as religiosas.
Apesar de despertar muito interesse em pesquisadores, fiéis e curiosos, a descoberta dos corpos mumificados no Mosteiro da Luz, na região central de São Paulo, e uma possível exposição pública deles não têm a simpatia das religiosas que vivem no local. "Uma coisa a gente está querendo, principalmente as irmãs, é que depois de tudo feito, (o túmulo) seja fechado, não haja exposição, que elas (as múmias) fiquem descansando em paz como sempre estiveram" diz o padre Armênio Rodrigues Nogueira, capelão do Mosteiro da Luz.
“Se for pra tomar essa atitude (fazer a exposição), aí, senta-se novamente, com a Igreja, as irmãs e os técnicos. Bom o que vamos fazer? Vamos fechar? Vamos fechar”, afirma a diretora do Museu de Arte Sacra, Mari Marino.
Os dois corpos mumificados foram encontrados por acaso no início de fevereiro. Técnicos que tentavam descobrir um ninho de cupins chegaram até elas, enterradas na parede de uma sala que já havia sido usada como cemitério. Desde então, o local está fechado. Atualmente 15 freiras vivem enclausuradas no mosteiro que foi fundado em 1774 por Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro. Algumas fizeram questão de ver de perto a descoberta histórica. "Para elas, é até um sinal de Deus, de que vale a pena viver uma vida consagrada diante da vontade Dele neste mundo" diz o padre Armênio. O achado raríssimo intrigou religiosos e pesquisadores. Em busca de mais detalhes desse mistério, uma equipe do museu fez uma análise do subsolo da sala onde estavam as múmias. A expectativa de especialistas é encontrar mais surpresas no local. Com uma máquina de raio-x, o solo foi examinado. "Com isso nós conseguimos identificar corpos enterrados, tubulações, covas...", explica o geofísico Rinaldo Moreira Marques.
Em outra frente de investigação, um equipamento com uma câmera de vídeo na ponta inspeciona o interior de um túmulo. Sem danificar nada, os especialistas conseguem informações importantes: há muitos cupins nas paredes e uma elevação de terra que pode envolver mais um corpo - mumificado ou não. Desde a fundação, 129 religiosas que viviam no mosteiro morreram.
Fonte: G1

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